A realização, on-line, do XXII encontro de Presidentes Estaduais da Democracia Cristã que aconteceu nesta sexta, 27, foi um sucesso absoluto e demonstrou claramente que não há forças que possam vencer a nossa determinação.
A todos os participante desse grande evento, em todo território nacional, nossos agradecimentos na certeza de que são vocês que fazem a grandeza do ideário Democrata Cristão.
O texto que se apresenta a seguir traz um pouco da história da DC – Democracia Cristã – no Brasil e na América Latina. É de autoria de Sandro Anselmo Coelho, da Universidade Federal do Paraná e foi publicado na Revista de História. A analise completa pode ser lida em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-01882003000200009&lng=pt&tlng=pt
O Partido Democrata Cristão: teores programáticos da terceira via brasileira (1945-1964).
INTRODUÇÃO
Observando os estudos sobre a história política brasileira, notamos que os principais partidos políticos do período 1945/1964-5 receberam muita atenção dos pesquisadores. Contudo, ressaltamos que são poucos os registros sobre o Partido Democrata Cristão (PDC), mesmo este tendo sido o que percentualmente mais cresceu no Legislativo nacional em 1954, não obstante a edição do Ato Institucional nº 2 (AI-2) em 1965. 1
Diante deste quadro, resolvemos elaborar este artigo com o objetivo de analisar o conteúdo programático do PDC brasileiro, ou seja, identificar como ele apresentou, em diferentes conjunturas, sua proposta de Terceira Via. Nossa análise se desenvolverá indicando de que forma os programas partidários do PDC, de 1945 e de 1961, bem como os discursos dos pedecistas registrados nos Anais da Assembléia Constituinte de 1946 (AAC) e nos Anais da Câmara dos Deputados (ACD), respondiam aos dilemas pelos quais passou a política brasileira. Será possível, assim, demonstrar a maneira pela qual os pedecistas ambicionaram ampliar sua influência na política nacional. Tais programas e discursos permitem explicar como os pedecistas visaram a responder a dois importantes dramas da nossa história política:
a) pós-1945, quando “novas formas de governo teriam que substituir as medidas coercitivas do Estado Novo”;
b) e início dos anos 1960, quando já se configurava uma alteração do sistema partidário nacional. Esta alteração foi assim entendida por Maria do Carmo Campello de Souza (Campello de Souza):
(…) o declínio dos grandes partidos conservadores UDN e PSD , e a conseqüente dispersão eleitoral, induziram, em médio prazo, um processo de realinhamento do sistema partidário, e de fato já começaram a se configurar como tal. Os indícios deste realinhamento […], eram bastante claros, e eram notados por uma minoria de observadores já no primeiro lustro dos anos cinqüenta. […] A alteração se dava em favor de pequenos partidos reformistas [PDC, PTN (Partido Trabalhista Nacional), PSB (Partido Socialista Brasileiro) e MTR (Movimento Trabalhista Renovador)].
Antes de abordarmos o caso específico do PDC brasileiro, é pertinente uma aproximação introdutória sobre o tema da Democracia Cristã (DC) e de sua aspiração à Terceira Via. Desta forma, façamos uma brevíssima apresentação sobre a conformação da DC como alternativa política internacional a fim de propiciarmos ao leitor que porventura não conheça o assunto, a possibilidade de uma familiarização. Ao final da Segunda Guerra Mundial, a proposta democrata cristã surgiu como um movimento político autodenominado como distinto dos que até então se apresentaram no cenário político-partidário mundial. Esta alternativa passou a conquistar uma relativa força eleitoral em diversos lugares, em especial na Europa e na América Latina. Quanto à Europa, partidos democratas cristãos surgiram na Alemanha (União Democrata Cristã), na Itália (DC Italiana), na Áustria (Partido Popular), na Bélgica (Partido Social Cristão) e na França (Movimento Republicano Popular). Observamos, outrossim, partidos com esses princípios na Holanda (Partido Popular Católico) e na Suíça (Partido Conservador Suíço). Na América Latina, a DC esteve, para além do Brasil, no Chile, na Argentina, Uruguai, Peru, Guatemala e El Salvador, todos com a denominação de PDC; no Paraguai (Movimento Democrata Cristão), na Nicarágua e na Bolívia (Partido Social Cristão), no Equador (DC Equatoriana), na República Dominicana (Partido Revolucionário Social Cristão) e na Venezuela (Partido Social Cristão Comitê de Organização Política Eleitoral Independente). O ponto em comum entre estes diversos partidos esteve no fato de se apresentarem e se entenderem como diferentes das demais agremiações por formularem a idéia da chamada Terceira Via, a qual, resumidamente, se oferecia como alternativa entre o capitalismo liberal e a doutrina socialista revolucionária. Claro que esta proposta assumia características diferenciadas conforme o momento e a situação em que estivesse inserida. Mas a título de um registro mais amplo, vemos que os democratas cristãos a expunham como estando na “insistência sobre os valores familiares e sobre o papel das comunidades intermediárias, no respeito pela propriedade privada, na busca da participação nas relações de trabalho e no pluralismo político”.
Presidente Eymael,
Quero cumprimentá-lo por sua extraordinária liderança e brilhante condução do DEMOCRACIA CRISTÃ. Por oportuno, exaltar a grandeza da participação do nosso partido nas eleições municipais de 2020 no Estado do Rio.
Peço que transmita especial agradecimento à direção do Diretório Estadual pelo incansável e eficiente trabalho em apoio aos diretórios municipais, ressaltando a valiosa contribuição dispensada ao DC Teresópolis.
Aproveitar também para parabenizar todos os filiados do DC pela inestimável dedicação ao pleito, e desejar aos eleitos que obtenham em seus municípios pleno êxito na caminhada que inicia ou renova-se em 1º de Janeiro de 2021.
Saiba que em Teresópolis o senhor conta com um fiel colaborador, sempre à sua disposição para contribuir com ações que visem o engrandecimento do nosso partido.
Abraço fraterno,
Leonardo Vasconcellos, Presidente da Câmara Municipal de Teresópolis Vereador REELEITO pelo DC.
Nesse 15 de novembro, data na qual se comemora a Proclamação da Republica, a população foi às urnas para escolher, em uma eleição totalmente atípica, impactada pela pandemia da Covid-19, aqueles que estarão a frente dos executivos municipais e ocuparão as cadeiras do legislativo em todas as cidades brasileiras pelos próximos quatro anos, à partir de 1º de janeiro de 2021. A DC, Democracia Cristã, participou ativamente desse processo, assim como tem feito desde a sua fundação, e elegeu vereadores e prefeito.
Com resultados positivos em varias cidades, em Mossoró no Rio Grande do Norte, um Democrata Cristão foi eleito com o vereador mais bem votado do município, aonde esteve a DC está entre os partidos mais bem votados.
A lição que fica desse pleito de 2020 é que o Brasil continua na rota do crescimento e pede mudanças diante dos desafios dos novos tempos. A DC está pronta para responder as esses desafios continuar crescendo e lutar, como tem feito ao longo de sua existência, por um Brasil melhor, mais digno e solidário para toda população.
A todos que saíram vencedor pela DC nessas eleições nossos parabéns. Temos certeza que honrarão o compromisso assumido com os eleitores. Vamos em frente com 2022 surgindo no horizonte.
Democracia Cristã: Um só Brasil para todos os brasileiros!
MENSAGEM DO PRESSIDENTE NACIONAL OUTUBRO DE 2020
DEMOCRATA CRISTÃOS DO BRASIL! Em apenas duas semanas, perdemos Dois Líderes! Dois Democrata Cristãos! Dois Irmãos!
ROBERTO LOPES E JOÃO PEIXOTO Vice Presidentes Nacionais da DC para o Norte e Sul-Sudeste do Brasil! O único consolo é que agora, na Eternidade, ao lado de Deus, velam por nós! Sejamos dignos deles e para eles! Sempre e para sempre!
ROBERO LOPES E JOÃO PEIXOTO, ESTAMOS JUNTOS!
Caminhando Juntos! Sonhando Juntos! Enfrentando Juntos! Vencendo Juntos!
AGORA, NA VIDA, E DEPOIS, NA ETERNIDADE!
Brasília. 5 de outubro de 2020
JOSÉ MARIA EYMAEL
PRESIDENTE DA COMISSÃO EXECUTIVA DO DIRETÓRIO NACIONAL
A Democracia Cristã sempre teve orgulho de ser o partido político que mais reúne suas lideranças periodicamente. Um desse muitos encontros se deu nesta terça feira dia 27, o número da legenda e promoveu a integração entre Democratas Cristãos de todo Brasil. Devido à pandemia alguns dirigentes mandaram suas mensagens, mas evitaram comparecerem presencialmente para evitar provocar aglomeração.
Na pauta, a votação para preenchimento de cargos na Executiva Nacional, questões internas e sobre as eleições 2020 e o tradicional encontro de fim de ano que acontecerá nos dias 27 de novembro e 5 de dezembro, aqui em
São Paulo com lives e transmissão ao vivo.
Democracia Cristã: 75 anos de Brasil!
Na filosofia de Leon Tolstoi, pra quem não sabe o escritor além de fazer parte da literatura universal foi filosofo e historiador, o processo histórico procura seus protagonistas.
Assim em um Brasil dominado pela ditadura militar alguns homens públicos confrontaram o sistema e promovera o retorno da Democracia da qual gozamos agora. Entre eles um se destaca, André Franco Montoro.
Sua longa carreira política iniciou-se quando foi ele eleito vereador em São Paulo pelo PDC, ao lado de Jânio Quadros, em 1947. Foi eleito deputado estadual em 1950 e deputado federal em 1958, 1962 e 1966.
Foi ministro do Trabalho e Previdência Social, durante o breve período parlamentarista do Brasil, compondo o gabinete do primeiro-ministro Tancredo Neves de 8 de setembro de 1961 a 12 de julho de 1962.
Montoro Ingressou no MDB depois da queda de João Goulart e a instauração do Regime Militar de 1964 após a edição do Ato Institucional n° 2, que proibia o funcionamento dos partidos político e instaurava o bipartidarismo, Arena e MDB. Foi eleito senador em 1970 e reeleito em 1978. Em continuidade ao MDB, fundou o PMDB em 1980.
Foi eleito governador de São Paulo em 15 de novembro de 1982, na primeira eleição direta para o cargo após vinte anos, tendo vencido quatro concorrentes: o ex-prefeito paulistano Reinaldo de Barros (PDS), o ex-presidente Jânio Quadros (PTB), o sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Rogê Ferreira (PDT). Tomou posse em 15 de março de 1983. Sua investida no Palácio dos Bandeirantes permitiu a efetivação de seu suplente, o sociólogo Fernando Henrique Cardoso, em sua vaga no Senado Federal.
Durante o mandato de governador, foi um dos artífices da campanha das Diretas Já e, a seguir, da eleição de Tancredo Neves à Presidência da República. Sua primazia sobre os peemedebistas de São Paulo refluiu a partir de 1985, quando Jânio Quadros derrotou Fernando Henrique na disputa pela prefeitura da capital. Após a vitória de Orestes Quércia na eleição para governador em 1986, Montoro foi um dos artífices da criação do PSDB, em 1988. Presidente nacional do PSDB foi derrotado na eleição para senador em 1990, mas recompôs sua liderança política ao ser novamente eleito deputado federal em 1994 e 1998.
Montoro faleceu no dia 16 de julho de 1999, em São Paulo, dois dias após seu aniversário de 83 anos e é considerado um dos maiores vultos da história da Democracia Cristã no Brasil!
Católico e intelectual com uma longa e profícua carreira jornalística na imprensa brasileira (publicou cerca de 4.000 artigos ao longo da vida), Alceu Amoroso Lima foi vizinho de Machado de Assis quando criança. Filho de um industrial com uma dona de casa portuguesa, alfabetizado pela mãe, o comunicador com pouco mais de dez anos, tomou gosto pela leitura, fato que o acompanhou por toda a vida. Formado em direito pela Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de Janeiro, trabalhou como advogado no Itamaraty (inicialmente no arquivo do órgão e, depois, como adido no gabinete do ministro Nilo Peçanha), antes de assumir os negócios da família. Em 1919, quando iniciou a sua colaboração em “O Jornal”, começou a assinar com o pseudônimo que o tornaria famoso: Tristão de Athayde, nome de um pirata português que atuou na Índia. Anos mais tarde, Alceu Amoroso Lima disse que optou pelo pseudônimo para não confundir a atividade literária com a de industrial, três anos antes, com a morte do pai, assumira a presidência da Fábrica de Tecidos Cometa. A empresa somente deixou de pertencer à família pouco antes do começo da 2ª Guerra Mundial, em 1939.
Nesta época, passou a demonstrar interesse por assuntos religiosos, o que o fez trocar uma intensa correspondência com o pensador católico Jackson de Figueiredo. Lançou o seu primeiro livro, “Afonso Arinos”, em 1922, mesmo ano em que se engaja no movimento modernista. Como líder da renovação católica no Brasil, fundou o Instituto Católico de Estudos Superiores, em 1932, três anos antes de ser eleito para a Academia Brasileira de Letras. Em 1941, Alceu Amoroso Lima dá uma grande contribuição à universalização do ensino brasileiro, ao participar da fundação da Universidade Católica do Rio de Janeiro. Na instituição, dá aulas de literatura brasileira até a sua aposentadoria, em 1963.
Autor de 80 livros, Alceu Amoroso Lima foi reitor da Universidade do Distrito Federal, membro do Conselho Nacional de Educação e um dos fundadores do Movimento Democrata-Cristão da América Latina. Casado com Maria Tereza de Faria, com quem viveu durante 64 anos, Tristão de Athayde recebeu muitos prêmios no Brasil e no exterior.
Alceu Amoroso Lima o “Tristão de Athayde”, faleceu no Rio de janeiro em agosto de 1983 e é considerado um brasileiro com a alma e o coração de um Democrata Cristão.
Democracia Cristã; um só povo! Uma só nação!
Entre vários nomes que se destacam na história da Democracia Cristã, Alfredo de Arruda Câmara, ou Monsenhor Arruda Câmara, como é mais conhecido, merece destaque.
Natural de Afogados de Ingazeira, Pernambuco, Alfredo estudou em Monteiro (PB), na escola pública Alagoas e, em 1917, foi para Pernambuco continuar os estudos no Colégio do Triunfo em Recife. Inicialmente, desejava entrar para o sacerdócio, por isso, em 1919, foi para o Seminário de Olinda (PE) e se formou lá, no ano de 1925, em Direito Canônico. Mas os estudos não pararam: depois de formado, foi para Roma estudar no Colégio Pio Latino-Americano e na Academia de São Tomás de Aquino, conquistando, em seguida, o doutorado em Filosofia, no ano de 1927. No ano seguinte, se tornou sacerdote oficialmente e continuou morando em Roma para o doutorado em Teologia Dogmática pela Universidade Gregoriana. Depois dessas conquistas, voltou ao país natal.
Em 1929, Câmara foi nomeado cura da catedral e vigário da Paróquia de Pesqueira (PE). Além disso, atuou como pároco substituto em Piedade e em Afogados da Ingazeira. Foi professor de Latim e História da Filosofia em dois locais: no Seminário de Pesquisa, onde também era reitor, e no Seminário de Olinda.
No mesmo ano de 1929, iniciou sua carreira política, quando entrou para a Aliança Liberal, um movimento que apoiava as candidaturas de Getúlio Vargas, para presidente, e João Pessoa, para vice-presidente, nas eleições de 1930. Devido à vitória dos concorrentes, Júlio Prestes e Vital Soares, algumas partes da Aliança começaram a criar articulações para o nascimento de um movimento armado contra o governo. Com o assassinato de João Pessoa, em 26 de julho de 1930, as movimentações ficaram mais fortes e a guerra começou no dia 3 de outubro do mesmo ano. Arruda Câmara se uniu aos rebeldes, comandados pelo capitão Antônio Muniz de Faria, que tomaram o quartel da Soledade, em Recife, no dia seguinte à eclosão da revolução.
Cinco dias depois, o movimento já estava em grande parte do Nordeste e o chefe militar, Juarez Távora, decidiu que deveriam formar um grupo de destaque, sob o comando de Juraci Magalhães, para ocupar os municípios de Maceió e Aracaju e, depois, a Bahia. Como membro do grupo, Arruda foi preso no dia 20 de outubro, mas foi solto apenas quatro dias depois, pois o presidente Washington Luís havia sido deposto, o que gerou a queda do estado da Bahia.
Durante a revolta do 21º Batalhão de Caçadores contra o governo de Pernambuco, que aconteceu entre os dias 29 e 30 de outubro de 1931, em Recife, Alfredo apoiou o governo e acabou ferido. Os adversários ocuparam Olinda e algumas partes de Recife e mandaram para Lima Cavalcanti uma ordem para que renunciasse, mas este conseguiu o apoio de Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e do governo federal, fazendo com que ganhasse o movimento.
Depois desse fato, a carreira política de Alfredo de Arruda Câmara deslanchou e não parou mais.