O filósofo Jacques Maritain nasceu em Paris, no ano de 1882, em uma família republicana. Seus pais eram Paul Maritain e Geneviève Favre, que curiosamente não o quiseram batizar.
Maritain fez os estudos secundários no famoso Liceu Henri IV e, mais tarde, estudou filosofia na Universidade de Sorbonne (1905), onde prevalecia uma orientação positivista e ateísta. Fez dois anos de estudos de biologia (1906 – 1908) em Heidelberg, com Hans Driesch. Lá ele conheceu o poeta Charles Péguy e Raissa Oumansoff, uma imigrante judia cheia de intensa inquietude pela verdade, com a qual contrai matrimonio civil em 1904, na cidade de Berlim.
Maritain não encontrou no cientificismo da Universidade Sorbonne as respostas para as suas inquietudes existenciais, o que o fez sintonizar seu pensamento com o de sua esposa Raissa Seguindo o conselho do seu comum amigo Peguy, ambos seguem cursos com Henri Bergson, e apreendem dele o “sentido do absoluto”, que será incorporado na peculiar metafísica “maritainiana”. Mas tarde conhece Leon Bloy, que o aproxima da Igreja Católica a ponto de converter o casal ao catolicismo e se tornar seu padrinho de batismo.
O monge dominicano Humbert Clérissac despertou o entusiasmo do casal pela obra de São Tomás de Aquino, e, ao estudar o pensamento de São Tomás, ambos afirmaram ter encontrado a confirmação de suas ideias. Depois de estudar a São Tomás, ele passa a Aristóteles. Em 1912, Maritain começou a ensinar no Colégio Stanislas, do Institute Catholic de Paris.
Em 1917 ele é convidado por alguns bispos franceses a escrever para universidades católicas e seminários (Elementos de Filosofia, 1920).
Em 1933 ele se torna o professor do Instituto Pontifício de Estudos Medievais da Universidade de Toronto. Ele também ensina nas Universidades de Columbia, Princeton e Chicago.
Graças a sua influência, ele teve contato com os círculos internos da Ação Francesa e participou da fundação da Revista Universal. Mas Maritain termina rejeitando as teorias modernistas e a democracia-liberal, no seu livro, Antimodernismo, de 1922.
Ele tenta defender a Ação Francesa em contato com Emmanuel Munier e o seu personalismo, porém, vê-se forçado a aprofundar os seus conhecimentos no pensamento político e social que manifesta em Humanismo Integral – Problemas Temporais e Espirituais de um Novo Cristianismo.
Com isso, ele passa a ser um defensor do partido Democrata Cristão, mas defendendo a participação de todas as vertentes cristãs e não somente o catolicismo.
Seu pensamento tem tido certa repercussão na América Latina, onde o “maritanismo” foi importante para as democracias-cristãs. Entre os autores influenciados por suas ideias estão Gabriela Mistral, Victoria Ocampo, Esther de Cárceres, Alceu Amoroso Lima, Gustavo Corção e Mário de Andrade.
Durante a Segunda Guerra, Maritain permaneceu nos EUA e opôs-se ao regime de Vichy. De 1945 a 1948, foi embaixador da França no Vaticano.
A partir de 1961, Jaques Maritain viveu com os “Pequenos Irmãos de Jesus” em Toulouse, onde morreu em 1973, tendo sido enterrado ao lado de sua esposa, Raissa, em Kolbsheim.