Católico e intelectual com uma longa e profícua carreira jornalística na imprensa brasileira (publicou cerca de 4.000 artigos ao longo da vida), Alceu Amoroso Lima foi vizinho de Machado de Assis quando criança. Filho de um industrial com uma dona de casa portuguesa, alfabetizado pela mãe, o comunicador com pouco mais de dez anos, tomou gosto pela leitura, fato que o acompanhou por toda a vida. Formado em direito pela Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de Janeiro, trabalhou como advogado no Itamaraty (inicialmente no arquivo do órgão e, depois, como adido no gabinete do ministro Nilo Peçanha), antes de assumir os negócios da família. Em 1919, quando iniciou a sua colaboração em “O Jornal”, começou a assinar com o pseudônimo que o tornaria famoso: Tristão de Athayde, nome de um pirata português que atuou na Índia. Anos mais tarde, Alceu Amoroso Lima disse que optou pelo pseudônimo para não confundir a atividade literária com a de industrial, três anos antes, com a morte do pai, assumira a presidência da Fábrica de Tecidos Cometa. A empresa somente deixou de pertencer à família pouco antes do começo da 2ª Guerra Mundial, em 1939.
Nesta época, passou a demonstrar interesse por assuntos religiosos, o que o fez trocar uma intensa correspondência com o pensador católico Jackson de Figueiredo. Lançou o seu primeiro livro, “Afonso Arinos”, em 1922, mesmo ano em que se engaja no movimento modernista. Como líder da renovação católica no Brasil, fundou o Instituto Católico de Estudos Superiores, em 1932, três anos antes de ser eleito para a Academia Brasileira de Letras. Em 1941, Alceu Amoroso Lima dá uma grande contribuição à universalização do ensino brasileiro, ao participar da fundação da Universidade Católica do Rio de Janeiro. Na instituição, dá aulas de literatura brasileira até a sua aposentadoria, em 1963.
Autor de 80 livros, Alceu Amoroso Lima foi reitor da Universidade do Distrito Federal, membro do Conselho Nacional de Educação e um dos fundadores do Movimento Democrata-Cristão da América Latina. Casado com Maria Tereza de Faria, com quem viveu durante 64 anos, Tristão de Athayde recebeu muitos prêmios no Brasil e no exterior.
Alceu Amoroso Lima o “Tristão de Athayde”, faleceu no Rio de janeiro em agosto de 1983 e é considerado um brasileiro com a alma e o coração de um Democrata Cristão.
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